Na última edição do relatório “World Urbanization Prospects”, estudo
acerca das perspectivas sobre a urbanização mundial, a ONU divulgou que
atualmente existem 28 cidades no mundo com população maior que 10 milhões de
habitantes. Somente nestas chamadas “megacidades” vivem atualmente mais de 450
milhões de pessoas. Para se ter uma ideia da significância destes dados, em
1990 existiam apenas 10 cidades no mundo com este número de habitantes. O mesmo
estudo aponta que 54% da população mundial já vive em áreas urbanas e estima-se
que este percentual deve chegar a 70% em 2050. Números como estes fazem da
“gestão urbana” um dos maiores desafios do século XXI.
"Para
atrair novos negócios, para atrair pessoas que buscam qualidade de
vida; para a geração de novos empregos, para o surgimento de novas
tecnologias e novos modelos de negócios, enfim, para o futuro será analisado tais indicadores como decisões para as pessoas e empresas."
Nesta era da urbanização, os indicadores para serviços urbanos e
qualidade de vida devem ser usados como ferramentas cruciais para os gestores
municipais, políticos, pesquisadores, líderes empresariais, planejadores e
outros profissionais para ajudar a garantir que sejam colocadas em prática
políticas que promovam a habitabilidade, tolerância, inclusão, sustentabilidade
e resiliência, tornando as cidades economicamente atrativas e prósperas
globalmente.
Neste sentido surge a primeira norma técnica brasileira sobre cidades
sustentáveis, a NBR ISO 37120:2017, que apresenta 100 indicadores, divididos em
17 categorias, que entre suas abrangências, estão economia, educação, energia,
ambiente, finanças, serviços de emergência, saúde, lazer, segurança, resíduos,
transportes e água, permitindo ajudar as cidades a medir o desempenho dos
serviços urbanos e a mensurar a sua qualidade de vida ao longo do tempo.
O documento cita que cidades necessitam de indicadores para medir sua
performance. Porém, indicadores já existentes geralmente não são padronizados,
consistentes e comparáveis no tempo ou entre cidades. Segundo nota informativa
da norma ISO 37120, seu uso ajudará a se concentrarem em questões-chave, além
de pôr em prática políticas públicas sustentáveis e economicamente atraentes
tornando as cidades prósperas. Os indicadores ajudarão as cidades a avaliar o
seu desempenho e medir o seu progresso gradativamente, com o objetivo final de
melhorar a qualidade de vida e a sustentabilidade. A abordagem uniforme da
norma permitirá que as cidades comparem perfeitamente onde estão em relação a
outras cidades. Esta informação pode, por sua vez, ser usada para identificar
as melhores práticas e para o aprendizado entre as cidade
Conheça alguns dos indicadores que listamos abaixo.
Artigo de Priscila Leal, gestora ambiental e consultora da BIOTERA.
ALGUNS INDICADORES
Economia:
Taxa de desemprego da cidade;
Porcentagem da população da cidade que vive na pobreza
Educação:
Percentagem de mulheres em idade escolar inscritas na escola;
Proporção entre alunos e professores do ensino primário;
Energia:
Uso elétrico residencial total per capita (kWh / ano);
Percentagem da energia total proveniente de fontes renováveis;
Meio Ambiente:
Emissões de gases com efeito de estufa medidas em toneladas per capita;
Incêndio e resposta de emergência:
Número de bombeiros por 100.000 habitantes;
Saúde:
Número de médicos por 100.000 habitantes;
Segurança:
Número de policiais por 100.000 habitantes;
Resíduos sólidos:
Porcentagem da população da cidade com coleta regular de resíduos
sólidos residencial;
Total de resíduos sólidos urbanos coletados per capita;
Porcentagem de resíduos sólidos urbanos reciclados;
Transporte:
Km de sistema de transporte público de alta capacidade por 100.000
habitantes;
Planejamento urbano:
Área verde (hectares) por 100.000 habitantes
Águas residuais:
Porcentagem da população da cidade atendida por coleta de águas
residuais;
Porcentagem de águas residuais da cidade que não recebeu tratamento;
Porcentagem de águas residuais da cidade que recebe tratamento primário;
Porcentagem de águas residuais da cidade que recebe tratamento
secundário;
Porcentagem de águas residuais da cidade recebendo tratamento terciário;
Água e saneamento:
Percentual da população da cidade com serviço de abastecimento de água
potável;
Percentual da população com acesso a saneamento;
Consumo total de água doméstica per capita (litros / dia)
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